terça-feira, 8 de julho de 2008

Internet, onde vais tu?

A propósito desta coisa de ter os amigos “em minha casa” a escrever, pergunto-me: até que ponto deve a internet ser aquilo que as pessoas quiserem que seja, sem limites nem regras ?

Na Fantástica Gramática Automática do Vodka e Valium 10 lia no outro dia que o « pior é quando a censura vem de dentro, a auto-censura ». Já dias antes tinha lido uma notícia algures sobre a condenação do Youtube a pagar cerca de 1.300 euros de indeminização a dois jovens. Um agrediu o outro, um terceiro gravou e publicou no site. O juíz considerou que foi posta em causa a privacidade dos dois jovens e, resultado, quer agora que o Youtube pague por isso.

Casos de violência no Youtube não são novos. Está fresco na memória de muitos o video da aluna no Porto, julgo, que agride a professora. Ou das duas míudas que se brigam por causa do hi5 – este ainda por lá anda, fácil de encontrar.

Deverá o próprio site ter ou não um mecanismo de censura ou controle para evitar que videos do género sejam postos em linha ? Será sensato obrigá-lo a pagar pelos « erros » ou pela estupidez dos outros ?

Não tenho resposta mas confesso que não me agrada de todo a ideia de que possamos publicar cenas de « porrada » na net. O mesmo vale, por exemplo, para a pornografia, pedofilia…

Será impossível controlar tudo o que vem à rede, certo. Mas quer-me parecer que sites como o Youtube não devem fazer apanágio da violência.

A auto-censura é má, certo, mas esta coisa de querermos gozar dos benefícios da web sem regras e deixá-la fluir na esperança de que encontre um mecanismo auto-regulador na ponta de cada cabo de rede parece-me uma coisa falhada.

A liberdade de expressão é sagrada. Mas, deslimbrados que estamos com a possibilidade de publicar o que quer que seja para – virtualmente – milhões de pessoas, até que ponto a sabemos utilizar devidamente ?

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